terça-feira, 30 de junho de 2009

O Maestro Rock'n'roll



Antes de mais nada, quero dizer que há muito estou querendo fazer esta postagem. Entretanto, a falta de um tempo adequado na última semana, as muitas idéias de matéria a serem aqui publicadas e principalmente a minha decisão em aguardar o desenrolar das buscas aos destroços e possíveis sobreviventes do vôo 447 da Air France. Pois não iria fazer uma homenagem pós vida sem ter a devida certeza da morte do homenageado. Estou falando do maestro Silvio Barbato.Silvio, embora maestro de várias Orquestras Sinfônicas, adorava rock. Em seu currículo trabalhos com o guitarrista Kiko Perez, Fernanda Abreu, Renato Russo e o guitarrista do Sepultura, Andreas Kisser, que em seu blog afirma:"Eu comecei a admirar muito o maestro por causa da sua postura em relação à música. Geralmente, grandes maestros não são favoráveis à junção da música erudita com outros estilos. Na verdade, existe um grande preconceito por parte deles. Muitos desprezam outras maneiras de expressão musical. O Silvio não. Ele era muito aberto a novos experimentos, mantendo a classe e a técnica da música erudita, mas sempre buscando novos caminhos. Ele me deixou muito a vontade e, apesar de ter sido a primeira vez que eu tocava com uma orquestra, estava muito confiante. Foi uma experiência inesquecível."Mas essa não era a única ponte que Silvio construia entre a música erudita e outros gêneros musicais. Barbato também tinha um trabalho com o Hip Hop. Essa aproximação entre gêneros musicais tão díspares - o mundo do hip hop e o da música erudita - foi justamente um dos maiores feitos de Barbato, o primeiro regente a conduzir uma orquestra com um DJ de hip hop.Esse sincretismo cultural ele praticava com muita empolgação. Tanto que os DJ's lançaram uma premiação com o seu nome. Uma pequena homenagem do ritmo a quem sempre o defendeu como cultura.O maestro Silvio Barbato sonhava em montar uma ópera baseada na obra do roqueiro-poeta Renato Russo. Seria algo sinfônico, mas extremamente brasiliense. Planejava apresentá-la em 2010, por ocasião dos 50 anos da capital. Barbato era carioca, discípulo do maestro Claudio Santoro. Desde 1985 era Maestro Estável do Corpo Artístico do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, onde regeu as principais produções das últimas décadas. Mas tinha um pé em Brasília, onde dirigia e regia o SESC Sinfonia."Ganhamos o mundo, mas morremos de saudade de Brasília. Me lembro dos conhaques que bebi com Renato Russo em Ipanema falando da cidade, da sua gente e de suas coisas. Era um discurso de saudade, e um pouco de desterro, de exílio mesmo." contava. Tinha o sonho de gravar o projeto Renato Russo Sinfônico e de terminar a ópera que começaram a pensar juntos.Ganhou vários prêmios nacionais e internacionais, entre eles o de Comendador da Ordem do Rio Branco, e a Medalha do Mérito Cultural da Presidência da República. No Teatro Nacional Cláudio Santoro completou nove temporadas como Diretor Musical. Com a Orquestra do Teatro, regeu concertos em Roma (Piazza Navona), Lisboa (Mosteiro dos Jerônimos), nos Teatros Municipais de São Paulo e do Rio de Janeiro e em diversas capitais brasileiras. Suas gravações com a Orquestra incluem as Sinfonias Brasil – 500 Anos e os Clássicos do Samba, com Jamelão, Ivone Lara e Martinho da Vila. Na Itália, regeu em Roma, Catânia, Spoleto, San Remo, Palermo, Vicenza, Lecce. Dentre os artistas internacionais com quem trabalhou, destacam-se: Aprile Millo, Montserrat Caballé, Plácido Domingo, Roberto Alagna e Angela Gheorghiu. Trabalhou também na trilha sonora de diversos filmes. Foi premiado com o “Grande Prêmio Brasil de Cinema”, em 2001, na categoria de melhor trilha musical, com o filme Villa-Lobos uma Vida de Paixão. Havia recentemente terminado um trabalho em referência à Simão Bolívar, grande líder revolucionário e libertador do povo venezuelano.No domingo, dia 28, uma grande homenagem na Torre de TV, o lugar de Brasília que Barbato mais gostava, foi realizada uma grande homenagem ao regente. No repertório, além de músicas eruditas, o rock de Renato Russo, interpretados pelos solistas Janette Dornellas, Leonardo Neiva, Sara Sares, Lys Nardoto e Leonardo Neiva. O destaque da noite ficou por conta da banda de rock pesado Trampa, liderada por André Noblat, que apresentou o rock-poema “Eu te presenteio com a fúria”, orquestrada por Silvio Barbato.Silvio Barbato adorava apresentações ao ar livre. Na sua opinião, era uma das formas de aproximar a orquestra do povo. Foi chamado como "o maestro que adorava estar perto do povo". Ali mesmo na torre, em 2007, ele conseguiu reunir uma multidão calculada em 30.000 pessoas para uma de suas apresentações como regente. Levava a Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claúdio Santoro a todos os cantos do DF. Entre o Plano Piloto e as mais distantes Cidades-Satélites. Certa vez, em uma apresentação da mesma no Teatro da Praça em Taguatinga, ao invés de estar trajado como tal, estava vestido com a camisa da seleção brasileira. Era época de Copa do Mundo. Ano, 2006. E a todo momento conversa e brincava com a platéia, principalmente falando da seleção, do Parreira e etc... . Fez o público cantar junto com os músicos. Ora regendo a orquestra, ora regendo a platéia. Um show a parte que eu pude presenciar. Uma noite que ficará para sempre na minha memória.Gostaria de dedicar esta postagem a esse grande mestre com carinho. E lá no andar de cima, deve estar fazendo uso de sua batuta, entoando canções com Cazuza, Renato Russo e Raúl Seixas. O céu deve estar mais alegre.
Abraços a todos;
Carlos Henrique.
Obs: Crédito da foto: J.R. Neto e Eraldo Perez - Foto Agência

sábado, 27 de junho de 2009

A Cultura no DF Ainda Sofre com a Falta de Investimentos

Na quinta-feira, dia 25, estive no Teatro Nacional para o show do cantor e compositor Renato Teixeira. Pois bem. Não vou aqui falar do referido artista e do show, até porque este último não houve. Foi cancelado. Estou aqui para relatar senão um descaso total, ao menos parcial. O show foi cancelado por conta de um problema na subestação do Senado. Ou seja, um problema de falta de eletricidade. Como senão bastasse a falta de investimentos na CEB e por consequência disto as agora constantes faltas de energia na cidade, o Teatro Nacional, pasmem, não dispõe de um gerador para casos como esse de emergência. Segundo apurei junto a uma fonte, o único gerador existente apenas comporta algumas poucas luminárias que estavam acessas (a maioria estava apagada) não tendo capacidade para suportar um sitema de som e iluminação.
Sendo assim, quem vai assistir a um espetáculo na citada casa, seja um show, seja uma peça teatral, fica ao sabor da sorte. Se acontecer de faltar energia antes da atividade cultural começar, a mesma fica ameaçada. Se acontecer durante, ela é interrompida e sabe Deus se será recomeçada.
Já parou para pensar se isso acontece em meio a um show do Capital, da Plebe, do Paralamas ou qualquer outra banda? Imagina se você está assistindo a uma peça dos Melhores do Mundo, Claúdio Falcão, 4 nipes e uma coisa dessa acontece... . Muito complicado.... .
Como é possível um teatro como este, um dos melhores do país, talvez do mundo, um teatro que é na realidade um complexo cultural, com diversas salas teatrais, não possuir um gerador a altura para um acontecimento como este?
O Cine Brasília também passa por um momento um tanto quanto delicado. O local pede por uma reforma que há anos não vêm. O carpete está rasgado e o governo não tem adquirido fitas para exibição. Logo esta sala que é exatamente a utilizada para o Festival de Cinema de Brasília, um dos principais eventos cinematógraficos do país, e quem sabe, do mundo.
Para tudo isto, apenas uma resposta: A falta de investimento. Falta esta que ocorre exatamente pela falta de uma cultura de valorização da cultura. Que ironia do destino. Para falar de cultura e de sua importância, temos que falar da falta de uma cultura de investimento na cultura... Parece engraçado, mas na realidade é um problema.
Bom, a algum tempo atrás, escrevi um artigo aqui intitulado Até quando esperar? Até quando vamos esperar para vermos a cultura ser realmente valorizada neste país? Valorizada não só de discurso. Mas na prática. Com atitudes. Com ações. Talvez seja hora de pararmos de ficar esperando a coisa acontecer. Ficamos sempre parados, sentados com a boca cheia de dentes esperando a morte chegar, como dizia o grande Raul, e nada ou pouco fazemos. Não quero ficar esperando a morte chegar. Temos que interromper esta imobilidade e exigirmos do governo mais respeito. Mais respeito com a cultura e conosco, o povo brasileiro. Os costumes e tradições de um país, que são expressos pela cultura, são um dos mais ricos tesouros de um povo.
No caso do Cine Brasília, um grupo de frequentadores está se mobilizando para ajudar a resolver o problema e criaram um grupo chamado "Amigos do Cine Brasília". Mas e nós? O que vamos fazer?

Abraços a todos;
Carlos Henrique.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Quinta Crônica






Quem conhece as crônicas de Luís Fernando Veríssimo, seja através de uma de suas obras, seja pelo quadro A Comédia da Vida Privada do Fantástico, conhece o seu jeito engraçado e divertido de escrever.
Sempre falando de coisas normais do nosso dia-a-dia e de problemas do cotidiano das pessoas, Veríssimo nos faz ver o lado bom das coisas. Nos faz desestressar. Rir até mesmo dos problemas da vida e perceber que não somos os únicos a vivenciar essa ou aquela problemática.
Nesta quinta-feira, dia 25, estará em ação mais uma edição do Quinta Crônica onde os textos do referido autor estarão serão dramatizados. O projeto terá ainda a participação do músico Alex Souza e do cronista brasiliense Roberto Klotz que falará sobre o estilo e a linguagem de Veríssimo. Outra grande notícia, o evento é aberto ao público em geral e com entrada franca.
E para terminar esta postagem, gostaria de transcrever abaixo um dos textos deste grandes escritor brasileiro.



"Para se roubar um coração, é preciso que seja com muita habilidade, tem que ser vagarosamente, disfarçadamente, não se chega com ímpeto, não se alcança o coração de alguém com pressa. Tem que se aproximar com meias palavras, suavemente, apoderar-se dele aos poucos, com cuidado. Não se pode deixar que percebam que ele será roubado, na verdade, teremos que furtá-lo, docemente.
Conquistar um coração de verdade dá trabalho, requer paciência, é como se fosse tecer uma colcha de retalhos, aplicar uma renda em um vestido, tratar de um jardim, cuidar de uma criança. É necessário que seja com destreza, com vontade, com encanto, carinho e sinceridade. Para se conquistar um coração definitivamente tem que ter garra e esperteza, mas não falo dessa esperteza que todos conhecem, falo da esperteza de sentimentos, daquela que existe guardada na alma em todos os momentos. Quando se deseja realmente conquistar um coração, é preciso que antes já tenhamos conseguido conquistar o nosso, é preciso que ele já tenha sido explorado nos mínimos detalhes, que já se tenha conseguido conhecer cada cantinho, entender cada espaço preenchido e aceitar cada espaço vago. ...e então, quando finalmente esse coração for conquistado, quando tivermos nos apoderado dele, vai existir uma parte de alguém que seguirá conosco. Uma metade de alguém que será guiada por nós e o nosso coração passará a bater por conta desse outro coração. Eles sofrerão altos e baixos sim, mas com certeza haverá instantes, milhares de instantes de alegria. Baterá descompassado muitas vezes. E sabe por que? Faltará a metade dele que ainda não está junto de nós. Até que um dia, cansado de estar dividido ao meio, esse coração chamará a sua outra parte e alguém por vontade própria, sem que precisemos roubá-la ou furtá-la nos entregará a metade que faltava. ...
E é assim que se rouba um coração, fácil não? Pois é, nós só precisaremos roubar uma metade, a outra virá na nossa mão e ficará detectado um roubo então! E é só por isso que encontramos tantas pessoas pela vida a fora que dizem que nunca mais conseguiram amar alguém... é simples... é porque elas não possuem mais coração, eles foram roubados, arrancados do seu peito, e somente com um grande amor ela terá um novo coração, afinal de contas, corações são para serem divididos, e com certeza esse grande amor repartirá o dele com você."


Luís Fernando Veríssimo


Serviço:
Local: Auditório do Cefor - Centro de Formação e Treinamento da Câmara dos Deputados
Endereço: Setor de Garagens Ministeriais Norte, Via N3 Coordenação de Transportes da Câmara dos Deputados (atrás dos anexos dos Ministérios)
Horário: 19h



Abraços a todos;
Carlos Henrique.

segunda-feira, 22 de junho de 2009


Em 2004 o filme O Tempo não Para, que conta a história de Cazuza, chegava às telas de cinema de todo o Brasil. Agora, chegou a vez de Renato Russo, outro grande ícone do Rock Nacional, em especial o rock dos anos 80.
Renato será personagem de três filmes que ainda estão para sair do forno. Dois deles são de ficção: Faroeste Caboclo, de René Sampaio, e Somos Tão Jovens, de Antonio Carlos da Fontoura. O terceiro é um documentário de Vladimir Carvalho, Rock Brasília, que terá Renato uma das suas figuras mais célebres.
Somos Tão Jovens vai retratar a fase inicial do roqueiro em Brasília, mesmo período descrito no livro de Carlos Marcelo.

Foto do livro de Carlos Marcelo
mostraRenato saindo de show
no estádio Mané Garrincha, em Brasília.
Crédito da Foto: Ivaldo Cavalcante
Segundo Antônio Carlos de Fontoura, Renato Russo - O Filho da Revolução, retrata um período fantástico, em que uma turma de rapazes brasilienses adotou a rebeldia punk para confrontar a caretice da cidade nos anos finais da ditadura. Foi nessa época, em que Renato começou em sua banda, o Aborto Elétrico, Foi depois em atuação-solo no show "O Trovador Solitário", que Renato criou alguns dos seus maiores sucessos: Que País É Este?, Geração Coca-Cola, Música Urbana, Tédio e Eduardo e Mônica. Tudo em um período anterior ao da Legião Urbana bem como antes de deixar Brasília para se tornar ídolo da juventude brasileira da época.
René Sampaio, cineasta brasiliense, escolheu um caminho original para falar do roqueiro. Somos Tão Jovens contará a história de João de Santo Cristo, personagem da música Faroeste Caboclo, criada por Renato Russo no início de sua carreira, ainda em 1979. O roteirista é Paulo Lins, autor de Cidade de Deus, livro que se transformou em sucesso nas mãos do diretor Fernando Meirelles.
Já Vladimir Carvalho prepara caminho para o documentário Rock Brasília. Título autoexplicativo para um filme que quer enfocar a trajetória de bandas surgidas na Capital Federal como Paralamas do Sucesso, Plebe Rude e Capital Inicial. Vladimir está trabalhando em um material gravado por ele nos anos 1980, no qual constata que a maior parte dos roqueiros era filho de diplomatas ou políticos de Brasília. Um dos pontos altos da fita é uma entrevista inédita realizada com Renato Russo.
É indiscutível que filmes que contam a história de grandes personalidades, sejam elas da música, da política, do esporte ou de qualquer outra área, tem um grande potencial e uma grande tendência de arrebanhar grandes públicos e bilheterias. Se seguirem a rota da normalidade, todas essas obras cinematográficas tem tudo para serem grandes sucessos do Cinema Nacional. E no que depender do personagem escolhido e do assunto em pauta, com certeza serão.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Cinema: Duas Estréias Brasileiras

Entre os novos filmes que chegam às salas de cinema de Brasília, A festa da menina morta está muito bem cotato entre os críticos da área. É a estréia de Matheus Nachtergaele na direção de um longa.
A película conta também com os excelentes Daniel de Oliveira, que viveu Cazuza em O Tempo não Para e Dira Pães, bem como Cássia Kiss.
Na obra, é contada a história de um morador de uma remota comunidade no estado do Amazonas que ganha status de santo após operar um milagre depois do suicídio da própria mãe.
Loki (foto) - De Paulo Henrique Fontenelle, Loki – Arnaldo Baptista mostra a vida e a obra do cantor, compositor, instrumentista e um dos fundadores dos Mutantes, importante grupo de rock brasileiro. O documentário revela as várias fases da vida de Arnaldo: a era pré-Mutantes, a ascensão do grupo, a paixão por Rita Lee, a fase das drogas e da depressão e a recuperação ao lado de Lucinha, sua atual mulher.
Bem, já falei aqui, por diversas vezes inclusive, que curto muito o rock dos anos 60. E algumas das bandas que se formaram naquela época também. Acho realmente importante que se faça tal resgate, porque tais artistas foram os responsáveis pela introdução do rock no Brasil. Portanto, se hoje ouvimos rock neste país, é porque no passado pudemos contar com o trabalho de grupos como Os Mutantes, The Fevers, Renato e Seus Blue Caps que entre outros, que aliás, formaram o movimento Jovem Guarda, o mais importante movimento roqueiro do Brasil

Abraços a todos;
Carlos Henrique.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

MP 458/09, um Retrocesso para o País

Camaradas;

Transcrevo abaixo, dois documentos que versam sobre a MP 458/09, que por sua vez trata da regularização de terras ocupadas da Amazônia. Tal MP é, parcialmente, um retrocesso no processo de Reforma Agrária do nosso país. Por isso, trago ao conhecimento dos leitores deste blog.

Carlos Henrique.

Carta aberta ao Presidente da República

Brasília, 04 de junho de 2009

Exmo. Sr.Luiz Inácio Lula da Silva

Presidente da República

Sr. Presidente,

Vivemos ontem um dia histórico para o país e um marco para a Amazônia, com a aprovação final,pelo Senado Federal, da Medida Provisória 458/09, que trata sobre a regularização fundiária da região. Osobjetivos de estabelecer direitos, promover justiça e inclusão social, aumentar a governança pública ecombater a criminalidade, que sei terem sido sua motivação, foram distorcidos e acabaram servindo parareafirmar privilégios e o execrável viés patrimonialista que não perde ocasião de tomar de assalto o bempúblico, de maneira abusiva e incompatível com as necessidades do País e os interesses da maioria de suapopulação.Infelizmente, após anos de esforços contra esse tipo de atitude, temos, agora, uma história feitaàs avessas, em nome do povo mas contra o povo e contra a preservação da floresta e o compromisso que oBrasil assumiu de reduzir o desmatamento persistente que dilapida um patrimônio nacional e atenta contra osesforços para conter o aquecimento global.O maior problema da Medida Provisória são as brechas criadas para anistiar aqueles quecometeram o crime de apropriação de grandes extensões de terras públicas e agora se beneficiam de políticasoriginalmente pensadas para atender apenas aqueles posseiros de boa-fé, cujos direitos são salvaguardadospela Constituição Federal.Os especialistas que acompanham a questão fundiária na Amazônia afirmam categoricamenteque a MP 458, tal como foi aprovada ontem, configura grave retrocesso, como aponta o Procurador Federal doEstado do Pará, Dr. Felício Pontes: “A MP nº 458 vai legitimar a grilagem de terras na Amazônia e vai jogar porterra quinze anos de intenso trabalho do Ministério Público Federal, no Estado do Pará, no combate à grilagemde terras”.Essa é a situação que se espraiará por todos os Estados da Amazônia. E em sua esteira virámais destruição da floresta, pois, como sabemos, a grilagem sempre foi o primeiro passo para a devastaçãoambiental.Sendo assim, Senhor Presidente, está em suas mãos evitar um erro de grandes proporções, nãocondizente com o resgate social promovido pelo seu governo e com o respeito devido a tantos companheirosque deram a vida pela floresta e pelo povo Amazônia. São tantos, Padre Jósimo, Irmã Dorothy, Chico Mendes,Wilson Pinheiro – por quem V. Excia foi um dia enquadrado na Lei de Segurança Nacional – que regaram aterra da Amazônia com o seu próprio sangue, na esperança de que, um dia, em um governo democrático epopular, pudéssemos separar o joio do trigo.Em memória deles, Sr. Presidente, e em nome do patrimônio do povo brasileiro e do nossosonho de um País justo e sustentável, faço este apelo para que vete os dispositivos mais danosos da MP 458,que estão discriminados abaixo.Permita-me também, Senhor Presidente, e com a mesma ênfase, lhe pedir cuidados especiaisna regulamentação da Medida Provisória. É fundamental que o previsto comitê de avaliação daimplementação do processo de regularização fundiária seja caracterizado pela independência e tenhaassegurada a efetiva participação da sociedade civil, notadamente os segmentos representativos domovimento ambientalista e do movimento popular agrário.Por tudo isso, Sr. Presidente, peço que Vossa Excelência vete os incisos II e IV do artigo 2º; oartigo 7º e o artigo 13.Com respeito e a fraternidade que tem nos unido,

atenciosamente,

Senadora Marina Silva



Comissão Pastoral da Terra – Secretaria Nacional
Assessoria de Comunicação
NOTA PÚBLICA
Oficializada a grilagem da Amazônia
A Coordenação Nacional da Comissão Pastoral da Terra, CPT, se junta ao clamor nacional diante de mais uma agressão ao patrimônio público, ao meio ambiente e à reforma agrária.
No último dia 4 de junho, o Senado Federal aprovou a MP 458/2009, já aprovada com alterações pela Câmara dos Deputados, e que agora vai à sanção presidencial. É a promoção da “farra da grilagem”, como se tem falado com muita propriedade.
Com o subterfúgio de regularização de áreas de posseiros, prevista na Constituição Federal, o governo federal, em 11 de fevereiro baixou a MP 458/2009 propondo a “regularização fundiária” das ocupações de terras públicas da União, na Amazônia Legal, até o limite de 1.500 hectares. Esta regularização abrange 67,4 milhões de hectares de terras públicas da União, ou seja, terras devolutas já arrecadadas pelo Estado e matriculadas nos registros públicos como terras públicas e que pela Constituição deveriam ser destinadas a programas de reforma agrária. Desta forma a Medida Provisória 458, agora às vésperas de ser transformada em lei, regulariza posses ilegais. Beneficia, sobretudo, pessoas que deveriam ser criminalmente processadas por usurparem áreas da reforma agrária, pois, de acordo com a Constituição, somente 7% da área ocupada por pequenas propriedades de até 100 hectares (55% do total das propriedades) seriam passiveis de regularização. Os movimentos sociais propuseram que a MP fosse retirada e em seu lugar se apresentasse um Projeto de Lei para que se pudesse ter tempo para um debate em profundidade do tema, levando em conta a função social da propriedade da terra. O Governo, entretanto, descartou qualquer discussão com os representantes dos trabalhadores do campo e da floresta.
Esta oficialização da grilagem da Amazônia está chamando a atenção de muitos pela semelhança com o momento histórico da nefasta Lei de Terras de 1850, elaborada pela elite latifundiária do Congresso do Império, sancionada por D. Pedro, privatizando as terras ocupadas. Hoje é um presidente republicano e ex-operário quem privatiza e entrega as terras da Amazônia às mesmas mãos que se tinham apoderado delas de forma ilegal e até criminosa.
Esta proposta de lei, que vai para a sanção do Presidente Lula, pavimenta o espaço para a expansão do latifúndio e do agronegócio na Amazônia, bem ao gosto dos ruralistas. Por isto não foi sem sentido a redução aprovada pela Câmara dos Deputados de dez para três anos no tempo em que as terras regularizadas não poderiam ser vendidas e a regularização de áreas para quem já possui outras propriedades e para pessoas jurídicas. Daqui a três anos nada impede que uma mesma pessoa ou empresa adquira novas propriedades, acumulando áreas sem qualquer limite de tamanho. Foi assim que aconteceu com as imensas propriedades que se formaram na Amazônia, algumas com mais de um milhão de hectares, beneficiadas com os projetos da Sudam.
Ironia do destino, Lula , que em 1998 afirmou que “se for eleito, resolverei o problema da reforma agrária, com uma canetada”, ao invés de executar a reforma agrária prometida, acabou com uma canetada propondo a legalização de 67 milhões de hectares de terras griladas na Amazônia, um bioma que no atual momento de crise climática mundial aguda grita por preservação para garantir a sobrevivência do planeta.
O mesmo presidente que, em entrevista à Revista Caros Amigos, em novembro de 2002 dizia: “Não se justifica num país, por maior que seja, ter alguém com 30 mil alqueires de terra! Dois milhões de hectares de terra! Isso não tem justificativa em lugar nenhum do mundo! Só no Brasil. Porque temos um presidente covarde, que fica na dependência de contemplar uma bancada ruralista a troco de alguns votos” acabou sendo o refém desta bancada, pior ainda, recorreu à senadora Kátia Abreu, baluarte da bancada ruralista, inimiga número um da reforma agrária, para a aprovação da medida no Senado. Já cedera à pressão dos ruralistas aprovando a Lei dos Transgênicos. Não atualizou os índices de produtividade estabelecidos há mais de 30 anos atrás, o que poderia possibilitar o acesso a novas áreas para reforma agrária. Não se empenhou na aprovação da proposta de emenda constitucional PEC 438/01 que expropria as áreas onde se flagre a exploração de trabalho escravo. Além disso, promoveu à condição de “heróis nacionais” os usineiros e definiu como empecilhos ao progresso as comunidades tradicionais, os ambientalistas e seus defensores.
Lula que, com o Programa Fome Zero, teve a oportunidade de realizar um amplo processo de reforma agrária, transformou-o, porém, em um cartão do Bolsa Família que a cada mês dá umas migalhas a quem poderia estar produzindo seu próprio alimento e contribuindo para alimentar a nação.
Os movimentos sociais do campo, inclusive a CPT, vem defendendo há anos, por uma questão de sabedoria e bom senso, um limite para a propriedade da terra em nosso País. Mas o que vemos é exatamente o contrário. Cresce a concentração de terras, enquanto que milhares de famílias continuam acampadas às margens das rodovias à espera de um assentamento que lhes dê dignidade e cidadania, pois, como bem afirmaram os bispos e pastores sinodais que subscreveram o documento Os pobres possuirão a terra “A política oficial do país subordina-se aos ditames implacáveis do sistema capitalista e apoia e estimula abertamente o agronegócio”.


Goiânia, 09 de junho de 2009.
Dom Ladislau Biernaski
Presidente da Comissão Pastoral da Terra (CPT)

Maiores informações:
Assessoria de ComunicaçãoComissão Pastoral da TerraSecretaria Nacional - Goiânia, Goiás.Fone: 62 4008-6406/6412/6400www.cptnacional.org.br

A Primeira Noite de Mary




Cláudio Falcão, está entre os maiores do humor brasiliense. Autor, ator e diretor, dessa vez nos brinda com a peça A Primeira Noite de Mary. Espetáculo este onde nos conta as irreverentes tramas da sua personagem adolescente MARY, na sua primeira experiência amorosa e sexual. Vários dos acontecimentos com Mary relacionados à sexualidade e primeiro emprego, acontecem diariamente com vários(as) adolecentes. Mas a peça, obviamente, não é apenas para jovens. Quem conhece o tralhado do Claúdio, sabe disso.
Assim sendo, transcrevo abaixo o convite do próprio Claúdio Falcão que eu particularmente achei deveras interessante:
"Convoco a todos que queiram desviar a rota de seus prováveis fatigantes cotidianos, para embarcarem nessa maravilhosa possibilidade do riso, da alegria, e assim, quem sabe, se sentirem mais felizes."



Serviço:
LOCAL: ESPAÇO MOSAICO -714 /715NORTE-Bloco D Loja 16 – No interior da quadra
DIAS: 12, 13 e 14 de junho de 2009 - Sexta e Sábado às 21 horas e Domingo às 20h. Telefone: 3032-1330
ATUAÇÃO-DIREÇÃO-TEXTO: Cláudio Falcão
INGRESSOS: R$ 30,00 inteira e R$ 15,00 Meia
INDICAÇÃO: 16 anos
CONTATOS: Ruth Guimarães 84618503 – Neide Nobre 93331279
SITE: http://www.claudiofalcao.com.br/

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Programação de Shows

Festival de Inverno de Brasília
Datas: 3, 4 e 5 de julho
Arações: Ultraje a Rigor, Lulu Santos, Biquini Cavadão, Jorge Ben, Sérgio Loroza, Jota Quest, Nando Reis além de 2 atrações a confirmar
Local: Anel externo do estádio Mané Garrincha.

CJ Ramone
Data: 10 de julho
Local: Arena Futebol Clube.

Plebe Rude (gravação do DVD ao Vivo)
Data: 10 e 11 de julho
Local: Ceilândia

Cine Mobits: Programação de Cinema Pelo Celular

Já está disponível uma nova tecnologia que promete agradar os cinéfilos de plantão. É o Cine Mobits.
Agora, você já pode consultar a programação de cinema direto do seu celular, seja ela mais recente, seja ele mais antigo. E consultar também os horários mais apropriados para você assitir aquele filme que há muito esperado. Ainda mais com o Dia dos Namorados batendo a sua porta. Estão disponíveis também no novo sistema, os trailers e sinopses dos filmes bem como as salas mais próximas da sua casa.
A única diferença para manuseio do programa de celulares mais recentes para os mais antigos é que novas funcionalidades dificilmente serão tratadas nesta versão que atualmente possue apenas o acesso a lista de cinemas das cidades, ou seja a nova busca por filmes não está disponível. O mesmo também pode ser baixado para PC's.
Mais informações no endereço eletrônico: www.cine.mobits.com.br


Abraços a todos;

Carlos Henrique

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Metalica no Brasil?

Depois serem benefiados com as passagens de Iron Maiden e Heaven & Hell em 2009, os fãs brasileiros estão prestes a assistir mais um dos grandes shows de metal do planeta: shows do Metallica no Brasil. Existe uma grande chance da turnê latino-americana de divulgação do disco Death Magnetic (2008) passar pelo país em janeiro de 2010. Apesar de a gravadora Universal não ter se posicionado oficialmente em relação às cidades e locais onde acontecerão as apresentações, a assessoria de imprensa da companhia informou que só falta assinar o contrato para consumar a vinda da banda norte-americana ao Brasil.
O novo álbum de estúdio do Metallica, Death Magnetic (o nono de estúdio da banda), teve mais de 30 mil cópias vendidas no Brasil desde do seu lançamento até o momento. O disco firma a volta do grupo às suas raízes no trash metal. Death Magnetic é, também, o primeiro disco de estúdio realizado com a contribuição do baixista Robert Trujillo (Suicidal Tendecies, Ozzy Osbourne), que teve seu início na banda em 2003, após a saída de Jason Newsted, para gravar o disco Saint Anger (2007).
Caso seja oficializada, essa será a quarta passagem da banda pelo Brasil. A primeira foi em 1989, com a turnê Damaged Justice, do álbum And Justice for All (1988), seguida pelos shows de divulgação de Metallica (1991) - o Black Album -, em 1993. A última passagem do Metallica pelo país aconteceu em 1999. Agora fica a pergunta: Caso a turnê aconteça, Brasília será uma das cidades beneficiadas com a vinda do Metallica?

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Arraiá do Servidô - Cobertura


O Arraiá do Servidô, realizado no último dia 5 (sexta-feira) pelo SINDSEP, foi um sucesso. Várias barracas estavam presentes e a culinária foi extremamente variada.
Cerca de 5.000 pessoas dançaram animadas ao som da banda Balalaica que tocou os maiores sucessos juninos e do autêntico forró Pé-de-Serra, Xote e Baião.
A criançada brincou a valer nos brinquedos alugados pelo sindicato. O que sem dúvida é um atrativo a mais para os servidores irem à festa.
A quadrilha Triscou Queimou mostrou porque é a atual campeã Centro-Oeste. Ajudou consideravelmente na animação da festa.
Assim o sindicato cumpriu seu dever de investir na cultura e ao mesmo tempo renovou os ânimos da categoria na busca pelo atendimento das suas reivindicações.


Abraços a todos;
Carlos Henrique.

sábado, 6 de junho de 2009

Boteco Cultural

Boteco Cultural - Circuito Musical/gramação do Boteco Bohemia
Terça-feira (02/06) – Empório Santo Antônio – Henrique Neto e Dudu Maia – 21h
Quarta-feira (03/06)– Armazém do Mineiro - Henrique Neto e Dudu Maia – 19h
Quinta-feira (04/06)– Casa da Codorna – Choro Positivo – 21h
Sexta-feira (05/06)– Bsb Grill - Henrique Neto e Dudu Maia – 20h
Sábado (06/06)– Café São Jorge – Cacai Nunes – 13h
Domingo (07/06)– Spicy Bar - Choro Positivo – 20h
Segunda-feira (08/06)– Adega da Cachaça - Henrique Neto e Dudu Maia – 20h
Terça-feira (09/06)– Armazém do Brás - Henrique Neto e Dudu Maia – 19h
Quinta-feira (11/06)– Libanus - Cacai Nunes – 20h
Sexta-feira (12/06)– El Franguito Cervejaria - Cacai Nunes – 20h
Sábado (13/06) – Bar Godofredo - Cacai Nunes – 21h
Domingo (14/06) – Frederic Choppin - Cacai Nunes – 18h
Segunda-feira (15/06) – Armazém do Ferreira – Grupo Marambaia – 21h
Terça-feira (16/06) – Parrilla Madrid - Grupo Marambaia – 19h
Quarta-feira (17/06) – Beirute - Grupo Marambaia – 19h
Quinta-feira (18/06) – Fausto & Manoel - Grupo Marambaia – 19h
Sexta-feira (19/06) – Feitiço Mineiro - Grupo Marambaia – 19h
Sábado (20/06) – Mont Sion - Choro Positivo – 20h
Domingo (21/06) – Boteco Bar - Choro Positivo – 15h Local: Outros

Serviço:
Preço inteira: Entrada franca
De: 02/06/2009
Até: 21/06/2009