terça-feira, 21 de julho de 2009

A Luta de Classes é Retratada em Cenário Brasiliense

O conto Os mudos, escrito pelo argelino radicado na França Albert Camus (1913-1960), mostra a luta social de um grupo de canoeiros num povoado sem localização geográfica definida. Mestres de um ofício à beira da extinção, eles reivindicam melhores condições de vida sem encontrar apoio dos moradores da região. A história, através do cinema, está sendo transportada para a Ceilândia dos dias atuais. Esta obra de Camus serve de base para o curta-metragem Nós vivendo, a mais nova produção cinematográfica da Ceicine. Na trama ceilandense, o conflito se dá na tensa relação entre patrão e empregados grevistas de uma modesta serralheria da cidade. Nada mais incrível do que os trabalhadores de uma oficina de quintal fazendo greve. Assinam a direção Adirley Queiros e o paulista Tiago Mendonça, diretor de Minami em Close-up, prêmio de júri popular no último Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. Na trama, os seis serralheiros da oficina não têm o menor conhecimento dos pensamentos marxistas a respeito da Luta de Classes. No entanto, ainda assim, resolvem "correr atrás" dos seus direitos objetivando o atendimento de suas reivindicações como trabalhadores. A luta está entranhada no processo fílmico mesmo, entre os atores, na perspectiva de câmera, e também na estética da produção. A tentativa é a de fugir da idealização desses sujeitos mas sem paternalismos.
Vários atores amadores há um ano e meio têm participado de uma oficina de arte dramática encabeçada pelo veterano dos palcos brasilienses, o ator e diretor Humberto Pedrancini que também atua no filme como Batista, dono da serralheria onde trabalham os insurgentes e Wellington Abreu, da companhia Hierofante. Esta é a chance de a jardineira Antônia Maria dos Santos, 48 anos, moradora de Santo Antônio do Descoberto (GO), realizar um sonho de criança. Equilibrando-se entre o emprego de doméstica e o de vendedora de doces, com alguma experiência dramática acumulada em montagens do grupo de teatro de Plínio Moska, ela encarna o primeiro papel no cinema como Marta, dona do quiosque onde os serralheiros se encontram para discutir os problemas do emprego e a sua pauta de reivindicações. Entregue de corpo e alma ao papel, Antônia até varria o chão do lugar mesmo fora dos momentos de gravação. Welhington Abreu, vive o personagem Assis, um dos mais importantes da fita. Assis é o personagem em torno do qual gira boa parte da trama. Assis é também um sujeito de pouca conversa. Vive angustiado pela nova situação caseira em que a esposa, a manicure Sílvia (personagem de Marlete Fernandes) tem de assumir o orçamento doméstico prejudicado pela intransigência do patrão do seu esposo o que motivou a greve.
A produção ceilandense é a primeira em película 16mm planejada para transfer em 35, mistura sem distinção, técnicos amadores da Ceicine e profissionais experientes em produções locais como Chico Craesmeyer (som), Adriana de Andrade (continuidade) e o diretor de fotografia André Carvalheira, o Xará. Este último achou apropriado um experimento fotográfico fortemente baseado em manipulação de pós-produção o que já vinha planejando a há algum tempo desde conversa o fotógrafo brasileiro César Charlone. Em set, a fotografia, trabalhada com o mínimo de equipamentos, é pensada para receber dessaturação das cores e grãos maiores que o habitual, dando a impressão de uma película "suja". Foi desejado também sugerir referências do metal com que trabalham os serralheiros.
Ceilândia aparece muito mais como uma personagem do que como cenário. É representada em sequências poéticas dos personagens praticamente forçados a reencontrar a cidade por meio do ócio causado pela paralisação. É usada a metáfora da Ceilândia moderna com metrô, tendência à verticalização, especulação imobiliária e assepsia da paisagem urbana. O curta, com duração planejada para 18 minutos, foi financiado com recursos do Fundo de Apoio a Cultura (FAC) e do Ministério da Cultura e contou com orçamento de produção de R$ 140 mil.

1 - CEICINE - Fundada em 2006, a produtora ceilandense se dedica a produzir filmes e videoclipes de artistas da Ceilândia. Nós vivendo é o terceiro filme do grupo. Os dois anteriores são o curta-metragem Rap, o canto da Ceilândia (vencedor de melhor curta-metragem 35mm do 35º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro) e o longa Fora de Campo, feito com recursos do concurso DocTV, da EBC. Baseado na história real do diretor Adirley, que chegou a atuar como jogador de futebol na juventude, acompanha a trajetória de seis jogadores profissionais do DF. Na prática, a Ceicine funciona também como um grupo de discussão sobre imagem e periferia.
Há de se ressaltar aqui, a forte veia artística da Ceilândia. Vários dos diversos artistas musicais do DF, que tocam do forró passando pela MPB até o Rock, são moradores da satélite. Como também uma boa parte dos poetas e Artistas Plásticos do DF são moradores de Ceilândia. Alguns dos principais movimentos culturais de Brasília, são de lá. Entretanto, por equívoco do GDF e principalmente da Secretaria de Cultura do Distrito Federal, a satélite não possui um teatro sequer.

2 - Albert Camus - Nascido em uma família pobre na Argélia, o escritor e filósofo sofreu angustiantemente por ter continuado os estudos ao invés de trabalhar para ajudar no orçamento familiar. Morou e estudou durante anos turbulentos em Paris, por algum tempo separado da esposa e dos filhos por causa da Segunda Guerra Mundial. Com uma biografia assim, carregada de preconceitos, Camus fixou-se em personagens marginalizados tanto pela origem quanto pela classe social. Recebeu o Prêmio Nobel de literatura em 1957. Três anos depois, morreu em um acidente de carro na França.

Abraços a todos;

Carlos Henrique.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Festival Cultural da Mulher Afro-Latino-Americana e Caribenha

Dia 25 de julho é o Dia da Mulher-Afro-Latino-Americana e Caribenha. Para esta data tão especial, e que precisa ser visibilizada internacionalmente, a Griô Produções, em parceria com a Associação Coturno de Vênus e Fórum de Mulheres Negras, organizará, em Brasília, três dias imperdíveis de festival. De 23 a 25 cineclubes, debates e shows, com entrada gratuita, farão parte da programação que acontece no Balaio Café (23/07), Sindicato dos Urbanitários (24/07) e Praça Zumbi dos Palmares, no Conic.O Festival Cultural da Mulher Afro-Latino-Americana e Caribenha será um espaço-oportunidade de consolidar o dia 25 de julho, importante para promover algumas transformações nas relações de gênero e raça, valorizar e proporcionar auto-estima das mulheres e construir novos diálogos.
No que diz respeito aos direitos das mulheres, se muito já foi conquistado, há ainda muito o que conquistar. E se ainda hoje, em pleno século XXI, a mulher ainda é vista com discriminação, com muito mais discriminação ainda é vista a mulher que além de mulher é negra. Esta então é duas vezes mais discriminada. É com base nisto que foi idealizado o referido evento.Confira a programação e participe dessa jornada pela consolidação do dia 25 de julho na capital do país. Igualdade é assunto para todas e todos, http://br.mc564.mail.yahoo.com/mc/compose?to=negr@s e não-negr@s, bem como para homens e cultura é mais que entretenimento! Portanto, senhoras e senhores, sejam http://br.mc564.mail.yahoo.com/mc/compose?to=bem-vind@s à primeira edição do Latinidades, uma casa muito nossa, cheia de cultura, educação, debate, política afirmativa, força feminina e diversão, sim, muita diversão!!
Programação:
Conexões Griô apresenta LatinidadesI FESTIVAL CULTURAL DA MULHER AFRO-LATINO-AMERICANA E CARIBENHA
Dia 23/07, quinta-feira Cineclube Latinidades
Local: Balaio Café, 201 norte Bloco B, lojas 19 a 31
Horário: 19hDia 24/07, sexta-feira
Palestras/Mesas-redondas
Horário: das 14h às 19h
Local: Sindicato dos Trabalhadores Urbanitários Setor Comercial Sul, Q. 06, Ed. Arnaldo Vilares, 7º andar
14h : abertura
14h30min - Situação da Mulher Afro-Latina
15h30min-Palestra Afro-Negócios por Adriana Barbosa, idealizadora e produtora da Feira Preta/SP
16h30min : Mulheres na Mídia, organizada pela Cojira-DF
18h : Diálogos com Fórum de Mulheres Negras do DF
Dia 25/07, sábado: Dia da Mulher Afro-Latino-Americana e Caribenha
Apresentações Artísticas
Local: Praça Zumbi dos Palmares
Horário: a partir das 15h15h : Roda de Capoeira
17h - Daniela Firme
17h30min - Vera Verônika
18h - Lívia Cruz
19h - Nanan Matos
19h30min : Teresa Lopes
20h30min : Indiana Nomma
21h30 - Ellen Oléria
22h30min - Nega Gizza e Outras
As parcerias/os: Seppir, Fundação Cultural Palmares, Observatório Afro-Latino, Cara e Cultura Negra 2009, Balaio Café, Cojira-DF,Cufa-DF, Sindicato dos Urbanitários.
--Maiores Informações:
Jaqueline Fernandes
61-8571 4531
Griô Produções valores que agregam produçãohttp://www.grio.art.br/

sexta-feira, 10 de julho de 2009

A Nível de Informe

Amanhã, sexta-feira, dia 10 de julho às 17 horas, ao lado do Teatro Nacional Claúdio Santoro, entre o teatro e a rodoviária, haverá uma manifestação de artistas da cidade e produtores culturais que tem os seguintes eixos:
1 - Contra o sucateamento dos espaços culturais de Brasília (Cine Brasília, Teatro Nacional, 508 Sul, Planetário, MAB - Museu de Arte de Brasília, Concha Acústica, Museu do Índio, Cine Itapoã, Teatro da Praça etc...).2 - Protesto pela ausência de políticas culturais.3 - Contra a inoperância da Secretaria de Cultura do DF.4 - Pagamento imediato do FAC 2008.5 - Encaminhamento das Conferências Distritais.Apoio:Fórum de Cultura do DF, Cooperativa Brasiliense de Teatro, Vladimir Carvalho, João Antônio de Lima e Humberto Pedramcini.Esse é o recado da galera que está organizando:
"Quem viu? Quem sabe? Onde estão os cubos do Teatro Nacional criados por Athos Bulcão?
Se vocês está satisfeito(a) com a realidade que aí está, fique em casa. Se não, una-se a nós!"

"Eu vejo pessoas mortas" - Filme O Sexto Sentido

Abraços a todos;Carlos Henrique.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Sexta Cultural Celebra o Dia Internacional do Rock

O projeto “Sexta Cultural”, promovido pelo Sindsep-DF (Sindicato dos Servidores Públicos Federais no DF), celebra nesta sexta-feira, dia 10.07, o Dia Internacional do Rock, comemorado em 13.07, com uma homenagem aos roqueiros nacionais. No show, o cantor e instrumentista brasiliense, Ronaldo Alencar, também apresentará composições próprias, além de uma seleção de POP nacional. A apresentação é no Espaço do Servidor, das 12h30 às 14h, com entrada franca. Vale dizer que o evento é aberto à comunidade em geral.
Mas porque 13 de julho? Foi no dia 13 de julho de 1985 que um cara chamado Bob Geldof, vocalista da banda Boomtown Rats, organizou aquele que foi sem dúvida o maior show de rock da Terra, o Live Aid - uma perfeita combinação de artistas lendários da história da música pop e do rock mundial, como Tina Turner & Mck Jagger. Além de contar com nomes de peso da música internacional, o Live Aid tinha um teor mais elevado, que era a tentativa nobre de conseguir angariar fundos para o combate a miséria e a fome na África. Dois shows foram realizados, sendo um no lendário estádio de Wembley em de Londres (Inglaterra) e outro no não menos lendário estádio JFK na Filadélfia (EUA). Os shows traziam um elenco de megastars, como Paul McCartney, The Who, Elton John, Boomtown Rats, Adam Ant, Ultravox, Elvis Costello, Black Sabbath, Run DMC, Sting, Brian Adams, U2, Dire Straits, David Bowie, The Pretenders, The Who, Santana, Madona, Eric Clapton, Led Zeppelin, Duran Duran, Bob Dylan, Lionel Ritchie, Rolling Stones, Queen, The Cars, The Four Tops, Beach Boys, entre outros, alcançando uma audiência pela TV de cerca de 2 bilhões de telespectadores em todo o planeta, em cerca de 140 países. Ao contrário do festival Woodstock, tanto na sua primeira edição, como na segunda, o Live Aid conseguiu tocar não somente os bolsos e as mentes das pessoas, mas também os corações. Pete Towshend (The Who) e no show da Filadélfia, Joan Baez abriram o evento executando "Amazing Grace", com cerca de 101 mil pessoas cantando em coro o trecho "eu estava perdido e agora me encontrei, eu estava cego e agora consigo ver". Este show marcou também a única reunião dos três sobreviventes da banda Led Zeppelin, Robert Plant, Jimmy Page e John Paul Jones, com a presença ilustre de Phil Collins na bateria. No final deste show, Mick Jagger e Tina Turner cantaram juntos "State of Shock" e "It's Only Rock and Roll", com Daryl Hall, John Oates e os ex-integrantes dos Temptations, David Ruffin e Eddie Kendrichs fazendo os backing vocals. Foi realmente um momento único na história do ROCK! O Live Aid conseguiu em 16 horas de show acumular a incrível cifra de 100 milhões de dólares, totalmente destinados ao povo africano. Isso é a cara do ROCK AND ROLL!ATITUDE!!!

Serviço:
Evento: Sexta Cultural
Dia: Sexta-feira, dia 10 de julho de 2009
Local: Espaço do Servidor, Esplanada dos Ministérios, entre o Ministério do Planejamento, bloco "C" e o Ministério da Agricultura, bloco "D"
Horário: De 12:30h às 14:00 h.
Entrada Franca

terça-feira, 7 de julho de 2009

Georgia W. Alô no Bar do Calaf

A cantora e compositora brasiliense GEORGIA W. ALÔ se apresenta nesta quarta-feira (08/07/2009) no Bar do Calaf pelo projeto JAM (Soul + Jazz). O evento acontece a partir das 21h e conta ainda com a discotecagem de Marcos Assunção.
Prestigie e valorize os artistas de nossa cidade.
Para maiores informações sobre a cantora e compositora GEORGIA W. ALÔ visite:http://www.myspace.com/georgiawalo e no youtube.


SERVIÇO
Evento: JAM (Soul + Jazz), com GEORGIA W. ALÔ

Local: Bar do Calaf (Setor Bancário Sul, Brasília/DF)

Data: 08/07 (quarta-feira)

Horário: 21h

Maiores Informações: 9214-6379